terça-feira, 15 de junho de 2010

A Prisão No jardim de Getsêmani, com o traidor, chega a tropa. Quem se encarregou de prender? E por quê? E quem mandou?

(continuação da matéria da Veja:  A morte de Jesus)

A agonia de Jesus começa num jardim. Ali, no lugar chamado Getsêmani, no Monte das Oliveiras, ele começou a "apavorar-se e angustiar-se” segundo Marcos, e rezou para o Pai: "Afasta de mim este cálice". Os discípulos dormiam, em vez de vigiar. Ele estava só. "A minha alma está triste até a morte", disse. Logo chega Judas, à frente do grupo que o iria prender. Que grupo era esse? Quem prendeu Jesus? Eis uma primeira questão crucial, quando se investiga quem o matou e por quê.

Marcos escreve que, com Judas, vinha "uma multidão trazendo espadas e paus, da parte dos chefes dos sacerdotes, escribas e anciãos". Mateus o acompanha. Lucas acrescenta que, entre os que vieram prender Jesus, estavam “chefes dos sacerdotes, chefes da guarda do Templo e anciãos". João afirma que Judas levava uma “coorte", além de "guardas destacados pelos chefes dos sacerdotes e fariseus". Escreve Brown: "Marcos e Mateus não dão sinal da presença de uma unidade militar ou policial regular no Getsêmani". Mas Lucas, ao acrescentar a presença dos chefes dos sacerdotes e da guarda do Templo, "afasta qualquer tom de uma populaça irregular”, segundo Brown. De todo modo, até aqui se sugere a predominância, se não a exclusividade, da presença de judeus. Já João dá conta de uma "coorte", e assim introduz a presença romana na cena. "Coorte" é uma fração do Exército romano, equivalente a 600 soldados, ou 1 décimo de uma legião.

Começa-se a desenhar a coligação que, segundo os evangelhos, vai encurralar Jesus até a cruz - a dos judeus com os romanos. Que peso atribuir a um e outro grupo, se é que, um e outro realmente merecem arcar com algum, é uma questão crucial. A interpretação convencional e popular, formulada a partir do valor de face dos evangelhos, é de que os romanos foram mais lenientes. A maior autoridade da região, Pôncio Pilatos, até queria soltar Jesus, mas esbarrou na intolerância dos judeus. Brown cita em seu livro o sumário de um autor alemão, J. Blinzler, reunindo os cinco níveis de envolvimento de um ou outro grupo, segundo as diversas conclusões dos eruditos: (1) Judeus totalmente responsáveis pela morte de Jesus, com os romanos reduzidos à sua mera implementação; (2) Judeus tendo um papel decisivo, cabendo aos romanos uma porção menor; (3) Judeus e romanos igualmente envolvidos, (4) Romanos tendo um papel decisivo, cabendo aos judeus uma porção menor; (5) Romanos totalmente responsáveis, sem envolvimento judeu.

Entre os diferentes graus dessa escala tem-se desenrolado a questão mais polêmica da paixão, e uma das mais polêmicas do mundo. Para situar a discussão, recordem-se os pontos fundamentais da situação política na Palestina, na época. Havia cerca de 100 anos, a região havia sido incorporada ao Império Romano. Do ponto de vista administrativo e judicial, porém, a situação era complexa. Na GaliIéia, ao norte, onde Jesus viveu e pregou a maior parte do tempo, reinava, embora devendo obediência à autoridade romana, um judeu, Herodes Antipas, filho de Herodes, o Grande. Na Judéia, onde fica Jerusalém, a autoridade romana era exercida diretamente, por meio de um governador, Pôncio Pilatos. Mas mesmo na Judéia os romanos permitiam a sobrevivência de órgãos judaicos de governo, o principal dos quais era o Sinédrio, do qual muito se ouve falar nos evangelhos. O Sinédrio era uma assembléia com supremo poder sobre questões religiosas, mas também algum poder em questões administrativas e judiciais. A situação confusa, sobre a qual há escassa documentação, é propícia a que se estabeleçam explicações e versões divergentes.

Somados, os evangelhos e as evidências da situação política na Judéia sugerem aos estudiosos que havia romanos na prisão de Jesus. Argumenta Brown que João não inventaria a participação romana, ele que se mostrará tão simpático a Pilatos, no julgamento. Mas teria sido mobilizada uma coorte inteira para a operação no Getsêmani? Os romanos, informa o livro de Brown, não tinham em Jerusalém um número tão grande de soldados que pudessem dispor de 600 deles só para esse fim. "Coorte", supõe Brown, teria sido usada pelo evangelista de uma maneira "popular, inexata", da mesma forma como se fala em "legiões romanas”, sem atenção à precisa quantidade das tropas.

No Getsêmani já se estrutura o Jesus de cada evangelista, na paixão. O de Marcos, seguido por Mateus, é aquele Jesus solitário que se apavora e se angustia. “Para Marcos/Mateus, a paixão é uma descida para o abismo durante a qual Jesus hesitará, ao não encontrar apoio humano”, escreve Brown. Abandonado pelos discípulos, ele atravessará um túnel escuro até, nota Brown, o grito desesperado na cruz: "Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?" 0 de Lucas não foi abandonado pelos discípulos nem se confessará "triste até a morte". "Os leitores ficam com a sensação de que Jesus está em comunhão com seu Pai todo o tempo, tanto que, apropriadamente, as últimas palavras do crucificado não são um grito angustiado para seu Deus por quem se sente abandonado, mas um tranqüilo. ‘Pai,em tuas mãos entrego o meu espírito'." 0 Jesus de João é triunfante. Ele estará sempre no controle da situação. Quando enfrenta Pilatos, até parece que ele é que julga o governador romano, não o contrário. No Getsêmani, quando chegam as tropas, Jesus adianta-se e pergunta: "Quem procuras?" Os soldados respondem procuram Jesus de Nazaré, e Jesus responde: "Sou eu". Nesse momento soldados recuam e caem por terra poder de Jesus, mesmo sobre a tropa romana, é o interesse do evangelista”, escreve Brown.
Questão seguinte: quem mandou prender, e por quê? Marcos data dos incidentes do Templo, quando Jesus ali entrou, virou as mesas e cadeiras dos comerciantes, e os expulsou do local. O início da conspiração para matá-lo. Jesus passou a ensinar que aquela devia ser uma casa de orações, não um covil de ladrões. "Os chefes dos sacerdotes e os escribas ouviram isso”, prossegue o evangelista, “e procuravam como matá-lo: eles o temiam, pois toda a multidão estava maravilhada com o seu ensinamento”.

Os “chefes dos sacerdotes” e os "escribas”, com freqüência acompanhados dos "anciãos", formam uma tríade sempre ao encalço de Jesus, nas narrativas da paixão. Em certos momentos cruciais, a coroá-los, se mencionará o “sumo sacerdote”. Quem são essas figuras? O sumo sacerdote, no período da ocupação romana, era nomeado pelo governador, que o escolhia entre as famílias judias dominantes. Caifás era então o Sumo Sacerdote, genro de Anãs, cuja influência aparentemente ainda se fazia sentir. Os “chefes dos sacerdotes", segundo Brown, “eram provavelmente antigos sumos sacerdotes, ao lado de preeminentes membros de famílias entre as quais sumos sacerdotes recentes haviam sido recrutados, e algumas pessoas a que tinham sido confiadas especiais missões sacerdotais”. Os “anciãos" seriam patriarcas das famílias “mais ricas e distintas”, e os escribas, pessoas que se destacavam “pela inteligência e cultura", entre as quais se encontrariam os fariseus. Grosso modo, esses três grupos constituiriam o Sinédrio, que no total contava 71 membros.

João apresenta outra versão. Segundo ele, foi o fato de ter ressuscitado Lázaro que desencadeou a conspiração contra Jesus. Esse prodígio lhe atraíra muitos seguidores, informa esse evangelista. Os “chefes dos sacerdotes e os fariseus reuniram então o Conselho ­(Sínédrio) e disseram: “ Quem faremos? Esse homem realiza muitos sinais. Se o deixarmos assim, todos crerão nele, e os romanos virão, destruindo o nosso lugar santo e nação”. Conclui João que “ a partir desse dia decidirão matá-lo”. Segundo Brown, o evangelho de João nesse ponto obedece a imperativos teológicos: ele quer contrastar a vida dada a Lázaro com a morte prometida a Jesus.

Brown é um comentarista tão informado quanto cauteloso. Seu livro, de vocação enciclopédica, resume e aprecia o trabalho e as teorias de mais de 2 000 eruditos, mas não se esperem dele próprio teses audaciosas. Sua tendência é a interpretação conservadora dos evangelhos: as desordens no templo. Marcos situa o início da conspiração em seguida ao incidente no Templo, mas isso no contexto de uma disputa intra-religiosa e do ciúme de seguidores que Jesus vinha arregimentando. Crossan desprega-se da letra do texto evangélico para propor que o problema foi de ordem pública. O quebra-quebra é que incomodou.


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30 dicas para Vencer (Em nome de Jesus)

1.Pense da forma como Deus pensa. (1 Coríntios 2:9), O que ninguém viu nem ouviu, e o que jamais alguém pensou que podia acontecer, foi isso que Deus preparou para aqueles que o amam.


2.Desenvolva uma visão de Vitória. (Isaias 43:19) Pois agora vou fazer uma coisa nova, que logo vai acontecer, e, de repente, vocês a verão.


3.Tenha um plano.(Provérbios 16:3). Peça a Deus que ele abençoe seus planos e eles darão certo.


4.Declare o que você busca.(Isaias 45:21).Falem logo e apresentem suas razões, consultem uns aos outros, se quiserem.


5.Permaneça forte mesmo nas adversidades. (Efésios 6:13) Por isso peguem agora a armadura que Deus lhe dá. Assim quando chegar o dia de enfrentarem as forças do mal, vocês poderão resistir aos ataques do inimigo e, depois de lutarem até o fim, vocês continuarão firmes, sem recuar.


6.Esteja sempre alegre. (Neemias 8:10) Vão agora para casa e façam uma festa. Repartam sua comida e o seu vinho com quem não tiver nada preparado. Este dia é sagrado para o nosso Deus, portanto, não fiquem tristes.


7.Você foi escolhido. (Jeremias 1:5) Antes do seu nascimento, quanto você ainda estava no ventre da sua mãe.


8.Conquiste a vitória. (Filipenses 3:13-14) É claro , irmãos, que eu não penso que já consegui isso. Porém uma coisa eu faço: esqueço aquilo que fica para trás e avanço para o que está a minha frente. Corro direto para a linha de chegada, a fim de conseguir o prêmio da vitória.


9.Tenha a atitude de gratidão.(Efésios 4:29) Não digam palavras que fazem mal aos outros, mas usem apenas palavras boas, que ajudam os outros a crescer na fé e a conseguir o que necessitam.


10.Supere os obstáculos. (I Coríntios 16:9) Pois encontrei aqui ótimas oportunidades para um grande e proveitoso trabalho.


11.Declare bênçãos.(Números 6:24-26) Que o SENHOR os abençoe e os guarde, que o SENHOR os trate com bondade e misericórdia. que o SENHOR olhe para vocês com amor e lhes dê a paz.


12.Desenvolva a mentalidade de recuperação. (Joel 2:25-26) Devolverei tudo o que vocês perderam quando eu mandei as enormes nuvens de gafanhotos, que, como exércitos destruíram as colheitas.


13.Mantenha o foco no futuro. (Hebreus 10:35). Portanto, não percam a coragem, pois ela traz uma grande recompensa.


14.Alimente sua fé.(1 João 5:4). Porque todo filho de Deus pode vencer o mundo. Assim, com a nossa fé conseguimos vitória sobre o mundo.


15.Viva para caridade.(Lucas 6:38). Dêem aos outros, e Deus dará a vocês. Ele será generoso, e as bênçãos que ele lhes dará serão tantas, que vocês não poderão segurá-las nas suas mãos.


16. Viva pelo Espírito Santo. (Gálatas 5:16).Quero dizer a vocês o seguinte: deixem que o Espírito de Deus dirija a vida de vocês e não obedeçam aos desejos da natureza humana.


17.Libere o passado (Filipenses 3:13-14) É claro, irmãos, que eu não penso que já consegui isso. Porém uma coisa eu faço: esqueço tudo aquilo que fica para trás e avanço para o que está na minha frente. Corro direto para a linha de chegada a fim de conseguir o prêmio da vitória.


18.Filtre seus pensamentos (Salmos 101:4) Afastarei de mim pensamentos desonestos e não terei nada a ver com a maldade.


19.Fique firme. (Êxodo, 14:13)Não tenham medo. Fiquem firmes e vocês verão que o SENHOR vai salvá-los hoje.


20.Harmonize sua vida. (Sabedoria de Salomão 1:6) A Sabedoria é um espírito que ama a humanidade e ela não perdoa a pessoa que diz blasfêmias. Pois Deus vê os sentimentos mais íntimos de todos, ele conhece bem o que as pessoas pensam.


21. Espere bênçãos. (Salmos 84:12) o SENHOR Deus é a nossa luz e o nosso escudo. Ele ama e honra os que fazem o que é certo e lhes dá tudo o que é bom.


22.Perdoe dores passadas. (Efésios 4:31-32). Abandonem toda a amargura, todo ódio e toda raiva. Pelo contrário, sejam bons e atenciosos uns para com os outros. E perdoem uns aos outros, assim como Deus, por meio de Cristo , perdoou vocês.


23.Cuide de sua imagem. (Provérbios 23:7). Não se mate de trabalhar, tentando ficar rico, nem pense demais nisso.


24.Evite coisas más. (Tiago 3:16-17) Pois onde há inveja e egoísmo, há também confusão e todo tipo de coisas más. A sabedoria que vem do céu ;e antes de tudo pura , e é também pacífica, bondosa e amigável.


25.Descanse e aguarde (Habacuque 2:3). Ainda não chegou o tempo certo para que a visão se cumpra; porém ela se cumprirá sem falta. O tempo certo vai chegar logo, portanto, espere, ainda que pareça demorar, pois a visão virá no momento exato.


26.Espere o melhor de Deus. (Isaias 40:31). Mas os que confiam no SENHOR recebem sempre novas forças. Voam nas alturas como águias, correm e não perdem as forças, andam e não se cansam.


27. Seja você mesmo (Efésios 2:10) Pois foi Deus quem nos fez o que somos agora; em nossa união com Jesus Cristo, ele nos criou para que fizéssemos as boas obras que ele já havia preparado para nós.


28. Deixe Deus ser sua defesa. (Hebreus 10:30). O SENHOR julgará o seu povo.


29.Seja vigilante. (Provérbios 4:23). Tenha cuidado com o que você pensa, pois sua vida é dirigida pelos seus pensamentos.


30.Louve a Deus. (Salmos 44:7-8) não é no meu arco que eu confio, e não é a minha espada que me dá a vitória, pois foste tu que me livras-te dos nossos inimigos e venceste aqueles que nos odeiam. Nós te louvaremos o dia todo; nós te somos gratos para sempre.


Autor desconhecido

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