sexta-feira, 11 de março de 2011

Veja Ed.1884/2004 - A busca pelo Jesus da História - Por Isabela Boscov - Parte II

O arqueólogo Shimon Gibson mostra a caverna, localizada num kibutz próximo a Jerusalém, que João Batista pode ter usado para ungir seus seguidores. O óleo e a água do sacramento escorreriam por uma abertura na pedra.

A análise da ossada de Yehohanan, localizada em 1968, revela que suas mãos não foram pregadas à cruz: provavelmente, seus braços foram amarrados à trave, enquanto seus pés foram dispostos lateralmente à viga e atravessados por trás, na altura do calcanhar, por um pino de ferro. Como o pino entortou, não foi possível despregar o pé direito de Yehohanan, e sua família teve de enterrá-lo com um pedaço da cruz preso ao osso. Na suposição de o jovem judeu preservado no ossuário servir de modelo para a morte de Jesus Cristo – e ele é o único de que se dispõe –, ele levanta duas questões relevantes. A primeira é que é, sim, possível que Jesus tenha ganho uma sepultura, apesar de não ser esse o costume. A outra é que, se as mãos e os pés de Jesus não foram perfurados por cravos, as chagas com que ele é descrito nos Evangelhos e habitualmente representado não correspondem aos seus ferimentos reais. Essas são meras suposições, claro, e é quase certo que nunca será possível prová-las ou desprová-las. Na tentativa de retraçar os passos de Jesus, historiadores e arqueólogos esbarram continuamente em dilemas semelhantes: as evidências concretas são ínfimas, e por isso mesmo nem se pode descartá-las, nem tomá-las como indícios seguros.

A procura por traços concretos da existência de Jesus é relativamente recente. Começou com os movimentos racionalistas da virada do século XVII para o XVIII, quando ganhou força a idéia de que qualquer dúvida ou mistério poderiam ser desfeitos pela ciência – e, no espírito da época, o objetivo era menos verificar a existência de Jesus e mais negá-la como um mito comparável a tantos outros presentes na Bíblia. Hoje, não há mais como pôr em disputa o fato de que Jesus existiu. Ele é citado, ainda que de passagem, por dois cronistas não-cristãos do período, o judeu Josefo e o romano Tácito. As fontes mais aceitas sobre a trajetória de Jesus – os Evangelhos Sinópticos, de Mateus, Lucas e Marcos – são consistentes com o que se sabe sobre a Palestina do século I, de forma que a chance de serem fruto da imaginação de seus autores é desprezível. Muitas informações podem ser tiradas também das Cartas de Paulo (anteriores aos Evangelhos em sua forma escrita), o mais instruído dos discípulos, e de fontes não-canônicas, especialmente do Evangelho de Tomé, cujo texto integral foi descoberto em 1945 e desde então vem sendo objeto de grande atenção. Ainda que os consensos sobre a trajetória de Jesus sejam frágeis, os historiadores acreditam ser fato que ele tenha sido batizado no Rio Jordão pelo profeta João Batista, que tenha escolhido doze apóstolos, que tenha pregado pela Galiléia – talvez numa missão muito curta, de menos de um ano –, e que tenha sido crucificado, muito provavelmente durante uma Páscoa. Essas certezas, porém, só tornam ainda mais instigante aquilo que não se conhece sobre Jesus, e que vai do prosaico, como a sua aparência física, ao absolutamente cifrado – de que forma ele teria passado os anos de sua adolescência e juventude, sobre os quais nenhuma pista confiável sobreviveu.

Mesmo o local mais sagrado da religião a que Jesus deu origem, a Igreja do Santo Sepulcro – erigida sobre a caverna em que o corpo de Jesus teria sido colocado por José de Arimatéia –, não está a salvo de incertezas. A igreja foi consagrada em 335, a mando do imperador Constantino (que instaurou o cristianismo como religião oficial do Império Romano), quando uma tumba que se acredita ser a de Cristo foi descoberta sob um templo pagão. Se sua descrição e localização conferem com os Evangelhos e a crônica do período, não há, por outro lado, provas arqueológicas que confirmem ser essa a sepultura de Jesus. Muito mais tênue ainda é a ligação que se pretende estabelecer entre Jesus e a seita dos essênios, cujos célebres Manuscritos do Mar Morto foram encontrados no fim da década de 40. Praticantes de um judaísmo ascético e radical, os essênios pareciam ter, conforme os documentos que legaram, muito em comum com o pensamento de Jesus – daí a hipótese de que Cristo tenha passado a juventude com eles. A teoria tem muitos adeptos, e outros tantos detratores. Itzhak Magen e Yuval Peleg, dois arqueólogos israelenses ligados aos órgãos históricos de seu país, argumentaram que um exame mais detido das cavernas de Qumran, onde estavam os manuscritos, sugere que elas funcionavam não como um refúgio de ermitãos, mas talvez como olaria, e que os pergaminhos foram simplesmente levados da biblioteca do templo de Jerusalém para lá, para sua proteção. Não seria, portanto, um lugar de estudo onde um jovem fosse se iniciar.

São remotas as chances de que, algum dia, venham a surgir as evidências diretas que tanto se buscam sobre Jesus. A Palestina era uma província menor, que interessava ao Império Romano apenas na medida em que se situava entre o Egito e a Síria. Menos importância equivale a menos documentos e monumentos – a primeira dificuldade no caminho da arqueologia. O ossuário do sumo sacerdote judeu Caifás, que entregou Jesus ao governador romano Pôncio Pilatos e exigiu sua execução, é dado como genuíno. Mas só há poucas décadas se encontrou uma laje com a inscrição do nome de Pôncio Pilatos. Até autenticar-se esse fragmento de pedra, o nome do governador romano existia apenas na literatura. Escavar em Jerusalém e arredores é, além disso, uma proposição delicada. A cidade vive uma divisão conflituosa entre as três religiões para as quais é sagrada – o cristianismo, o judaísmo e o islamismo –, e expedir uma autorização é uma questão que exige sensatez política e diplomática. Em anos recentes, com o recrudescimento das hostilidades entre israelenses e palestinos, a situação se agravou: das quase cinqüenta grandes escavações em andamento em Israel, apenas quatro continuam em atividade. Não há como garantir a segurança das demais. Finalmente, a região é o paraíso dos caçadores de troféus, que retiram peças de seu contexto para vendê-las – e, assim, eliminam quase todo o seu valor científico –, e dos arqueólogos ambiciosos, que anunciam descobertas bombásticas antes que elas possam ser analisadas por seus pares. Em agosto deste ano, por exemplo, o arqueólogo britânico Shimon Gibson anunciou com grande alarde ter encontrado a suposta caverna de João Batista, localizada no que é hoje um pequeno kibutz. Há indícios de que seguidores de João, ao menos, tenham usado o local, que conta com o que se julga ser uma pia batismal por onde escorreriam o óleo e a água empregados na unção. Qualquer outra hipótese, porém – como a de que João ou mesmo Jesus tenham administrado batismos ali, conforme especula Gibson –, é prematura.

A fé, claro, não precisa de provas que a confirmem, ou não levaria o nome de fé. Não precisa, mas, de alguma forma, sempre as deseja. Os Evangelhos descrevem a relutância de Jesus em fazer milagres, mas deixam entrever sua visão de que, ocasionalmente, esses sinais eram necessários. Conta-se também como, após a Ressurreição, Cristo deixou que o incrédulo São Tomé tocasse suas chagas para comprovar que era ele mesmo, o Filho de Deus, quem estava ali. Desde que o cristianismo começou a se espalhar – e ele se alastrou como um rastilho de pólvora pela Palestina e logo também por todo o mundo romano em suas primeiras décadas –, começaram a surgir também as relíquias: fragmentos da Cruz Verdadeira (que, fossem todos eles autênticos, teria dimensões descomunais), ossos de santos, frascos de sangue e toda uma miríade de testemunhos físicos de que Cristo, seus apóstolos e mártires caminharam sobre a Terra, gerando um culto que poderia muito bem ser caracterizado como fetichismo ou superstição. Na Idade Média, a Igreja muitas vezes se valeu da venda de relíquias e de indulgências como fonte de renda – um comércio que, durante uma visita a Roma, horrorizou o padre Martinho Lutero e acabou servindo como um dos estopins para a Reforma Protestante. Hoje o Vaticano desencoraja esse tipo de apego, ou, quando muito, o tolera, e trata as descobertas de possíveis relíquias com o máximo de circunspecção. Mesmo assim, elas ainda pipocam.

(segue)




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30 dicas para Vencer (Em nome de Jesus)

1.Pense da forma como Deus pensa. (1 Coríntios 2:9), O que ninguém viu nem ouviu, e o que jamais alguém pensou que podia acontecer, foi isso que Deus preparou para aqueles que o amam.


2.Desenvolva uma visão de Vitória. (Isaias 43:19) Pois agora vou fazer uma coisa nova, que logo vai acontecer, e, de repente, vocês a verão.


3.Tenha um plano.(Provérbios 16:3). Peça a Deus que ele abençoe seus planos e eles darão certo.


4.Declare o que você busca.(Isaias 45:21).Falem logo e apresentem suas razões, consultem uns aos outros, se quiserem.


5.Permaneça forte mesmo nas adversidades. (Efésios 6:13) Por isso peguem agora a armadura que Deus lhe dá. Assim quando chegar o dia de enfrentarem as forças do mal, vocês poderão resistir aos ataques do inimigo e, depois de lutarem até o fim, vocês continuarão firmes, sem recuar.


6.Esteja sempre alegre. (Neemias 8:10) Vão agora para casa e façam uma festa. Repartam sua comida e o seu vinho com quem não tiver nada preparado. Este dia é sagrado para o nosso Deus, portanto, não fiquem tristes.


7.Você foi escolhido. (Jeremias 1:5) Antes do seu nascimento, quanto você ainda estava no ventre da sua mãe.


8.Conquiste a vitória. (Filipenses 3:13-14) É claro , irmãos, que eu não penso que já consegui isso. Porém uma coisa eu faço: esqueço aquilo que fica para trás e avanço para o que está a minha frente. Corro direto para a linha de chegada, a fim de conseguir o prêmio da vitória.


9.Tenha a atitude de gratidão.(Efésios 4:29) Não digam palavras que fazem mal aos outros, mas usem apenas palavras boas, que ajudam os outros a crescer na fé e a conseguir o que necessitam.


10.Supere os obstáculos. (I Coríntios 16:9) Pois encontrei aqui ótimas oportunidades para um grande e proveitoso trabalho.


11.Declare bênçãos.(Números 6:24-26) Que o SENHOR os abençoe e os guarde, que o SENHOR os trate com bondade e misericórdia. que o SENHOR olhe para vocês com amor e lhes dê a paz.


12.Desenvolva a mentalidade de recuperação. (Joel 2:25-26) Devolverei tudo o que vocês perderam quando eu mandei as enormes nuvens de gafanhotos, que, como exércitos destruíram as colheitas.


13.Mantenha o foco no futuro. (Hebreus 10:35). Portanto, não percam a coragem, pois ela traz uma grande recompensa.


14.Alimente sua fé.(1 João 5:4). Porque todo filho de Deus pode vencer o mundo. Assim, com a nossa fé conseguimos vitória sobre o mundo.


15.Viva para caridade.(Lucas 6:38). Dêem aos outros, e Deus dará a vocês. Ele será generoso, e as bênçãos que ele lhes dará serão tantas, que vocês não poderão segurá-las nas suas mãos.


16. Viva pelo Espírito Santo. (Gálatas 5:16).Quero dizer a vocês o seguinte: deixem que o Espírito de Deus dirija a vida de vocês e não obedeçam aos desejos da natureza humana.


17.Libere o passado (Filipenses 3:13-14) É claro, irmãos, que eu não penso que já consegui isso. Porém uma coisa eu faço: esqueço tudo aquilo que fica para trás e avanço para o que está na minha frente. Corro direto para a linha de chegada a fim de conseguir o prêmio da vitória.


18.Filtre seus pensamentos (Salmos 101:4) Afastarei de mim pensamentos desonestos e não terei nada a ver com a maldade.


19.Fique firme. (Êxodo, 14:13)Não tenham medo. Fiquem firmes e vocês verão que o SENHOR vai salvá-los hoje.


20.Harmonize sua vida. (Sabedoria de Salomão 1:6) A Sabedoria é um espírito que ama a humanidade e ela não perdoa a pessoa que diz blasfêmias. Pois Deus vê os sentimentos mais íntimos de todos, ele conhece bem o que as pessoas pensam.


21. Espere bênçãos. (Salmos 84:12) o SENHOR Deus é a nossa luz e o nosso escudo. Ele ama e honra os que fazem o que é certo e lhes dá tudo o que é bom.


22.Perdoe dores passadas. (Efésios 4:31-32). Abandonem toda a amargura, todo ódio e toda raiva. Pelo contrário, sejam bons e atenciosos uns para com os outros. E perdoem uns aos outros, assim como Deus, por meio de Cristo , perdoou vocês.


23.Cuide de sua imagem. (Provérbios 23:7). Não se mate de trabalhar, tentando ficar rico, nem pense demais nisso.


24.Evite coisas más. (Tiago 3:16-17) Pois onde há inveja e egoísmo, há também confusão e todo tipo de coisas más. A sabedoria que vem do céu ;e antes de tudo pura , e é também pacífica, bondosa e amigável.


25.Descanse e aguarde (Habacuque 2:3). Ainda não chegou o tempo certo para que a visão se cumpra; porém ela se cumprirá sem falta. O tempo certo vai chegar logo, portanto, espere, ainda que pareça demorar, pois a visão virá no momento exato.


26.Espere o melhor de Deus. (Isaias 40:31). Mas os que confiam no SENHOR recebem sempre novas forças. Voam nas alturas como águias, correm e não perdem as forças, andam e não se cansam.


27. Seja você mesmo (Efésios 2:10) Pois foi Deus quem nos fez o que somos agora; em nossa união com Jesus Cristo, ele nos criou para que fizéssemos as boas obras que ele já havia preparado para nós.


28. Deixe Deus ser sua defesa. (Hebreus 10:30). O SENHOR julgará o seu povo.


29.Seja vigilante. (Provérbios 4:23). Tenha cuidado com o que você pensa, pois sua vida é dirigida pelos seus pensamentos.


30.Louve a Deus. (Salmos 44:7-8) não é no meu arco que eu confio, e não é a minha espada que me dá a vitória, pois foste tu que me livras-te dos nossos inimigos e venceste aqueles que nos odeiam. Nós te louvaremos o dia todo; nós te somos gratos para sempre.


Autor desconhecido

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